Rivaldo virou ídolo no Barcelona, mas nem queria jogar lá

Antes de ser o melhor jogador do mundo em 1999, meia blefou para tentar permanecer no La Coruña

Imagem: FC Barcelona

Rivaldo defendeu o Barcelona entre 1997 e 2002. Neste período, conquistou duas vezes o Campeonato Espanhol (1998 e 1999), uma vez a Copa do Rei (1998) e uma vez a Supercopa Europeia (1997). Foi ainda eleito o melhor jogador do mundo em 1999.

Mas tudo isso poderia ter sido diferente, já que Rivaldo não queria ir para o Barcelona.

Na temporada 1996/1997, o meia trocou o Palmeiras pelo La Coruña e não decepcionou: marcou 22 gols em 44 jogos. Estava feliz na Galícia.

“Quando você sai do Brasil para a Europa, a gente fica com um pouco de medo e tenso. Mas quando cheguei no La Coruña encontrei com o Mauro Silva e o Donato e era um grupo muito bom. Depois também chegaram mais brasileiros, Luizão, Djalminha, Flávio Conceição e isso me ajudou a ficar mais tranquilo para ter uma boa temporada”, contou Rivaldo ao canal da Betfair no YouTube.

Mas o desempenho de Rivaldo no La Coruña despertou o interesse do Barcelona. Na reta final da janela de transferências para a temporada 1997/1998, o meia brasileiro recebeu um telefonema do empresário para informar do desejo dos catalães.

Rivaldo se assustou e decidiu que não queria ir. E como fazer para travar o negócio?

“Para não ir, vou pedir três vezes mais do que ganho aqui. Meu empresário disse que eles dificilmente aceitariam isso e falei que tudo bem, porque estava feliz em La Coruña. Mas 10 minutos depois ele me liga de volta e fala que o Barcelona aceitou a proposta e me mandou o contrato”, descreveu. “Não queria ir para o Barcelona, mas eles aceitaram a minha proposta e assinei o documento.”

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A torcida galega logo soube da notícia – e não gostou muito. Na despedida de Rivaldo, o La Coruña enfrento o PSV Eindhoven na final do Troféu Teresa Herrera de 1997 – foi campeão nos pênaltis, mas precisou lidar com a insatisfação vinda das arquibancadas.

“No mesmo dia, nós tivemos um jogo com o PSV e a notícia que eu tinha assinado um documento com o Barcelona começou a vazar. A torcida me vaiou e me chamou de pesetero (algo como “mercenário” ou “dinheirista”), porque a moeda na Espanha na época era peseta. Também jogaram moedas no campo e isso foi bem difícil para mim”, lembrou.

No fim, Rivaldo brilhou pelo Barcelona, onde viveu o auge da carreira. Nos anos seguintes, passaria por clubes de Itália, Grécia, Uzbequistão e Angola, além de jogar por Cruzeiro, São Paulo e São Caetano. Aposentou-se em 2015 no Mogi Mirim, do qual era presidente. Ficou apenas uma pendência: não jogou na Inglaterra, como gostaria.

“Não tive a sorte de jogar lá. Quando estava no Barcelona apareciam comentários e muitas coisas para ir para a Inglaterra. Mas estava muito feliz, mesmo quando os empresários me procuravam falando que clubes grandes queriam me levar, acabei ficando e não aproveitando essa oportunidade porque estava muito feliz no Barcelona”, contou o ex-meia, que tinha até clube de preferência na Premier League.

“Tenho muito carinho pelo Manchester United, por tudo que o time foi no passado. Joguei muitas vezes contra eles e sempre foram partidas muito gostosas. Lembro de um 3 a 3 na Espanha e depois um 3 a 3 na Inglaterra. E a torcida do United sempre foi espetacular”, disse também.

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