Quem são os piores clubes do Ranking da CBF 2022?

O ano começou e o momento é mais do que propício para conhecer a lista dos piores clubes do Ranking da CBF do calendário de 2022. São times que jogaram a Série D ou a Copa do Brasil nas últimas cinco temporadas e foram eliminados nos primeiros jogos, ganhando apenas os pontos de participação.

Desta vez selecionamos apenas os 4 últimos da lista, que fizeram 50 pontos ou menos. E se você quiser conferir a lista completa com os 239 clubes, é só clicar no link ao lado: Ranking Nacional de Clubes da CBF 2022.

Como é feito o Ranking da CBF?

Como a gente sempre enfatiza, o fato de os times estarem nas últimas colocações do Ranking da CBF não significa que estes sejam os piores clubes do Brasil. Há milhares de outros times espalhados pelo Brasil que sequer conseguiram chegar a um torneio nacional nesses últimos 5 anos. Por isso, tão importante quanto conseguir chegar a uma divisão nacional é conseguir se manter nela.

A pontuação leva em conta a posição do clube nas competições nacionais, além do ano de participação. Quanto mais recente for a participação, maior é o peso da pontuação. Ou seja, uma participação na Copa do Brasil 2017 garante um mínimo de 15 pontos (peso 1), enquanto a participação na Copa do Brasil 2021 garante 75 (peso 5). Abaixo você confere como é feito o cálculo:

Divulgação/CBF

Outra pergunta que se faz é para que serve o Ranking de Clubes da CBF. Objetivamente, ele tem duas funções: a primeira é servir de base de cálculo para o Ranking Nacional das Federações, que estabelece o número de vagas que cada Estado tem direito na Copa do Brasil e na Série D.

E outro motivo é a de distribuir as vagas na Copa do Brasil às quais a CBF tem direito. Das 92 vagas na Copa do Brasil 2022, 10 foram distribuídas de acordo com o Ranking da CBF.

Sem mais delongas, vamos conhecer os piores clubes do Ranking para a temporada 2022:

 

Santana-AP (50 pontos)

O time da cidade de Santana foi fundado por uma empresa extração de manganês na década de 50 e chegou a ser um dos maiores vencedores da era amadora do futebol amapaense, mas viveu muito tempo licenciado até retornar em 2009. Desde então, conquistou três vice-campeonatos: 2009, 2010 e 2020. E foi no vice de 2020 que veio a vaga para a Série D 2021.

Em 2021, o time enfrentou um sério problema para a preparação para a Série D, já que o estadual foi adiado para julho por conta da pandemia de Covid-19 e o governo local restringiu os treinos coletivos. Então, o time praticamente fez seu primeiro jogo oficial do ano já na estreia para a Série D, contra o GAS-RR, pela fase preliminar. Resultado: duas derrotas e a eliminação precoce na competição.

E no Amapaense 2021, o Santana de novo ficou devendo: ficou na lanterna da competição, com 1 empate e 5 derrotas. Em outras palavras, a equipe não venceu um jogo sequer em 2021!

Para piorar a já combalida moral, em 2022 o Santana tomou um sonoro 9 a 0 do Avaí pela Copa São Paulo. E depois se seguiram as derrotas para Flamengo-SP e Guarulhos.

Se em campo, o Santana não vive grande fase, o clube vem tentando se reinventar fora dele. Em 2021, o time lançou uma marca própria de uniformes, o Canário, e vem investindo até em e-sports.

 

Votuporanguense-SP (45 pontos)

Antes, vale ressaltar que este não é “A” Associação Atlética Votuporanguense, clube tradicional do interior que fechou as portas em meados de 2000. Mas sim, “O” Clube Atlético Votuporanguense, fundado em 2009.

Até a publicação deste texto, o Votuporanguense ainda não chegou à primeira divisão de São Paulo. Então sua única participação em competições nacionais aconteceu por conta da Copa Paulista, torneio de segundo semestre da Federação Paulista de Futebol.

A classificação aconteceu na edição de 2018, quando o time de Votuporanga fez a final contra a Ferroviária de Araraquara, então campeã do torneio. Mas isso não abalou o time caçula: após dois empates em 1 a 1, o Votuporanguense foi campeão na disputa por pênaltis.

Parte desse título pode ser creditado ao jovem técnico Rafael Guanaes, então com 37 anos. Em 2021, Guanaes conseguiu levar o Tombense para a Série B do Brasileirão.

Para se ter ideia da façanha que foi aquele título, na época o presidente do Votuporanguense, Marcelo Stringari, disse que a folha salarial do clube era de R$ 40 mil, um dos mais baratos da competição.

Tendo em vista essa condição financeira, o clube escolheu disputar a Copa do Brasil de 2019 — um torneio curto, mas que paga melhor. Na ocasião, o Votuporanguense caiu logo na primeira fase, diante do Ypiranga de Erechim, e embolsou R$ 500 mil só de cachê (sem contar a bilheteria).

Mesmo com essa injeção de dinheiro, o Votuporanguense se organizou mal para a Série A2 de 2020. Apesar de ter se reforçado bem, o time ficou na vice-lanterna e acabou rebaixado para a Série A3, onde está até hoje.

Uma curiosidade é que o time tem como investidor o lateral-direito Daniel Alves. Um grupo de empresários que tem o jogador como sócio comprou 20% do clube em 2019. Mas, segundo reportagens, Daniel Alves não se envolve no dia a dia do clube.

 

Friburguense-RJ (15 pontos)

Time tradicional de Nova Friburgo, o Friburguense disputou a Copa do Brasil de 2017, mas poderia ter disputado a Série D. Isso aconteceu porque a vaga foi conquistada por meio da Copa Rio 2016 (o torneio estadual de segundo semestre da federação carioca de fuebol).

A final foi contra a Portuguesa da Ilha do Governador. O primeiro jogo terminou 3 a 2 para o Friburguense. Já o segundo jogo teve contornos épicos: o Friburguense chegou a abrir 2 a 0, mas a Portuguesa virou para 4 a 2. No último minuto de jogo, o goleiro Luiz Felipe, do Frizão, foi pra área e marcou o gol salvador.

Com o empate no placar agregado, o jogo foi para os pênaltis e Luiz Felipe se destacou de novo, pegando uma das cobranças. Assim, em campo o Friburguense foi campeão da Copa Rio 2016.

Só que depois veio a ducha de água fria: por conta da escalação irregular do jogador Diego Guerra na primeira partida, o Friburguense acabou perdendo os pontos e terminou como vice-campeão. Assim, a Portuguesa escolheu a Série D e o Friburguense ficou com a Copa do Brasil.

Se você acha que a vida do Friburguense é injusta, escuta essa: de 2017 a 2019, o Frizão jogou a Série A2 Carioca (então chamada de B1). Após ser campeão em 2019 em cima do America, subiu para a elite. Mas tanto em 2020 quanto em 2021 jogou apenas a bizarra Fase Preliminar e caiu precocemente nas duas ocasiões. Ou seja, sequer jogou contra os clubes maiores do Rio.

E o mais louco é que o clube ainda disputou a Série A2 em 2021 e ficou perto de subir de novo, chegando até a semifinal contra o Audax Rio, que viria a ser campeão.

Isso porque o Friburguense chegou a ser eliminado da competição após perder 6 pontos por escalação irregular e recuperado depois os pontos no STJD, obrigando a FERJ a refazer a semifinal e a final (o Artsul já tinha até sido declarado campeão). Enfim, um belo aperitivo do futebol carioca.

 

Rondoniense-RO (15 pontos)

Apesar do Rondoniense estar na lanterna do Ranking de Clubes da CBF ao lado do Friburguense, é injusto dizer que ele é o pior clube do Brasil. O problema do clube é o fato dele estar em Rondônia, que é a penúltima federação do Ranking de Federações da CBF (à frente apenas do Amapá).

Fundado em 2007 como projeto social, o Rondoniense estreou como profissional em 2016. E já naquele ano, o time comandado pelo jovem Ariel Mamede (na época com apenas 26 anos) conquistou seu primeiro e único título estadual. Com isso, chegou à Série D e à Copa do Brasil de 2017.

Porém, o Rondoniense acabou desistindo da vaga para a Série D e para focar apenas na Copa Verde. E deu certo: o time chegou até às semifinais e só caiu diante do Luverdense (que viria a ser o campeão).

Já na Copa do Brasil, o time acabou caindo na primeira fase diante do Cuiabá, que na época disputava a Série C.

Desde então, o Rondoniense até fez boas campanhas, como o Estadual de 2018 (quando acabou em 3º). Mas como o estado de Rondônia conta com apenas 1 vaga para a Série D (e antes eram 2), o clube nunca mais chegou a uma competição nacional.

Uma pena, visto que o Rondoniense é um dos poucos times bem estruturados de Porto Velho, contando com um CT próprio e tendo uma das melhores categorias de base de Rondônia.

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