O mês de outubro de 2023 acabou, então é possível dizer, sem medo de errar: as obras do estádio do Pacaembu estão atrasadas.
O estádio foi entregue à iniciativa privada em setembro de 2019, em uma concessão assinada pelo então prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB). A concessionária Allegra Pacaembu assumiu a gestão do local por 35 anos, com a promessa de reformas de várias estruturas do complexo – campo de futebol, piscina, quadras, ginásio.
O ponto mais polêmico do ponto de vista do futebol era a derrubada de um setor das arquibancadas – o chamado Tobogã – para dar lugar a um prédio de escritório atrás de um dos gols. O Tobogã, de fato, veio abaixo.
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O gramado natural do Pacaembu será substituído por gramado artificial, colocado sobre um terreno cimentado para que possa receber shows e eventos. Mas este é apenas um dos pontos que receberam críticas por parte de especialistas.
“Qual é o ganho que a cidade tem com a concessão do Pacaembu? Até o gramado foi cimentado e uma tenda aberta sobre ele”, questiona Raquel Rolnik, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. Segundo ela, “absolutamente nada” do que a concessão oferece é de interesse público.
As obras começaram de fato em junho de 2021, mas o cronograma atrasou. Em 2022, a concessionária pediu a inclusão da Praça Charles Miller no acordo para compensar prejuízos causados pela pandemia da Covid-19, além do aumento no período do contrato (de 35 para 50 anos) e um desconto de R$ 10 milhões no pagamento ao poder público. A Prefeitura de São Paulo colocou sigilo nos documentos do caso, que passou a ser investigado pelo TCM (Tribunal de Contas do Município).
A previsão é de reinauguração para a disputa da Copa São Paulo de futebol júnior de 2024, já que o Pacaembu tradicionalmente recebe as finais do torneio. No ritmo atual, difícil acreditar.
Confira as obras em vídeo do dia 10 de novembro de 2023:
