Você certamente já ouviu falar de um tal Samuel Eto’o, um dos grandes nomes do futebol mundial e lenda da seleção de Camarões. No entanto, pode ser que você não conheça seu irmão do meio, que já pode ser considerado um falso brilhante mesmo sendo ainda jovem. Caso não conheça, muito prazer: David Eto’o.
David é o segundo de três irmãos que jogam futebol (o mais novo se chama Etienne). Revelado pela Kadji Sports Academy, tradicional escola de formação de atletas em Douala, o atacante chegou ao time B do Mallorca aos 16 anos, em 2003 – mesmo ano em que Samuel atuava pelo clube. No clube palmesano, não conseguiu se firmar e logo passou a ser moeda de troca. Foi para o Ciudad de Murcia em 2004 e para o Yverdon-Sport, da Suíça, em 2005. No mesmo ano, selou sua transferência definitiva para o Sedan, da França.
Enquanto Samuel se firmava como um dos grandes astros do Barcelona, David Eto’o dava sequência a sua peregrinação por clubes de pouca expressão. Entre 2005 e 2007, passou – sempre com poucos jogos – por Champagne Sports-SUI, Meyrin-SUI, Ponteferradina-ESP e Créteil-Lusitanos-FRA. Porém, em abril 2007, veio a segunda grande chance de David Eto’o: um contrato com o Metalurh Donetsk, da Ucrânia.
Com apenas 19 anos, David recebeu a proposta de Dmytro Selyuk, presidente do Metalurh, para atuar um ano em sua equipe reserva. Consultou o irmão mais velho e topou o desafio. “David tem tudo que é necessário para se transformar em um grande jogador”, afirmou Samuel na ocasião.
Mas não foi o que aconteceu. Com dois gols em apenas 15 partidas, David deixou a equipe ucraniana ainda no segundo semestre de 2007, acertando com os gregos do Aris Thessaloniki. Porém, também não durou na equipe dos brasileiros Ronaldo Guiaro, Siston, Anderson Costa, Thiago Gentil e Amoroso: em pouco tempo, acertou um empréstimo para o Ilisiakos, também da Grécia, antes de retornar ao Aris e… Deixar o clube. Era o fim da temporada 2007/2008.
Aí, veio mais uma chance na Espanha – mais especificamente, na quarta divisão. Favorito ao acesso para a Segunda Divisão B (a terceira divisão, a rigor), o CF Reus anunciou a contratação de David no fim de julho para consolidar de vez a promoção. O próprio Samuel Eto’o, responsável por supervisionar a carreira do irmão, passou pelo clube catalão para vistoriar as instalações e para conversar com o presidente Xavier Llastarri. Resultado: um acordo verbal que garantiria o emprego de David Eto’o por duas temporadas.
“Meu irmão gostou do campo, das instalações… Ainda que não conheça a equipe, sabe que me deixa em boas mãos”, disse David, então jogador da seleção sub-21 de Camarões e mais uma vez elogiado em sua chegada – o técnico Ramon Maria Calderé o descreveu como “um jogador interessante, com detalhes muito bons e um grande futuro”.
David não começou mal. Em duas semanas, treinou com os companheiros e atuou em dois jogos, marcando um gol. Porém, pouco tempo depois, voltou a arrumar encrenca na Catalunha: ganhou folga no final do ano com seus companheiros, mas pediu alguns dias a mais para visitar a família em Camarões. No começo de janeiro, quando deveria ter voltado, sumiu sem dar explicações, preocupando o clube reuense.
“Antes de qualquer coisa, esperemos que volte e falaremos com ele. Não sabemos o que pode ter acontecido. Talvez esteja doente ou tenha tido algum problema. Antes de decidirmos por qualquer punição, evidentemente queremos escutá-lo”, disse o vice-presidente do clube rubro-negro, Cristóbal Simón, no começo de janeiro de 2009.
David voltou aos treinos apenas no dia 7 de janeiro, mas o ambiente em Baix Camp ficou pesado para ele. Ao fim da temporada 2008/2009, o Reus não foi promovido (passou pela fase de grupos, mas ficou na segunda fase dos playoffs), e David Eto’o deixou o clube. Desta vez, para voltar para a KSA, seu clube de origem em Camarões.
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