Hoje encostado no Real Madrid, o galês Gareth Bale já foi tido como uma das grandes promessas do futebol europeu. Prova disso é o dinheiro que o Real Madrid gastou para tirá-lo do Tottenham em 2013: 100 milhões de euros, até então a maior transação do futebol mundial.
Porém, no Real Madrid, Bale não assumiu o protagonismo que dele se espera após o plantel não mais contar com o português Cristiano Ronaldo. Se tivesse participado das Olímpiadas na época e ganhado mais “cancha”, poderia o ponta ter amadurecido mais cedo e sido mais atuante não só no cenário de sua Seleção, mas no clube merengue?
Em 2012, Bale tinha 22 anos e estava se destacando pelo Tottenham — idade essa que poderia levá-lo a ser convocado normalmente e sem ocupar a vaga de jogadores acima de 23 anos no plantel da Grã-Bretanha. Com o futebol ofensivo e vistoso que apresentou na lateral esquerda ao proporcionar algumas assistências e fazer gols de infiltração e de fora da área, o galês acabou sendo migrado para a ala, meia-esquerda e quiçá meia armador. Esse destaque o credenciava a se candidatar para esta competição.
Em entrevistas, ele dizia estar empolgado com a chance de defender a seleção britânica. “Acho que será uma ótima experiência”, disse à BBC em 2011. “No momento, o País de Gales não disputa grandes competições em não sei quantos anos, então seria bom jogar contra as melhores seleções do mundo.”
Todavia o futuro não reservou essa oportunidade a Bale, que poderia municiar os jogadores de seu selecionado com passes para gol e quiçá alguns tentos anotados por ele próprio. No fim de junho de 2012, faltando um mês para os Jogos Olímpicos de Londres, ele pediu dispensa da seleção por conta de fortes dores nas costas e no quadril, um problema que o perseguiu durante longos anos.
Lembrando que o astro inglês David Beckham, que estava na lista prévia de convocados, também não foi chamado ao elenco britânico. Em seu lugar, o técnico Stuart Pearce decidiu escalar Micah Richards (zagueiro inglês do Manchester City), Craig Bellamy (atacante galês do Liverpool) e o veterano Ryan Giggs (meia-atacante galês de 38 anos que defendia o Manchester United e foi o capitão da esquadra) entre os jogadores com mais de 23 anos. Cabe ressaltar que Giggs não tinha participado de competições de grande porte entre seleções até então.
Voltando a Bale. O jogador, considerado um dos mais velozes do mundo no 1 contra 1, poderia ter ganhado mais confiança ao participar deste torneio. A liderança natural que ele exerce em seu selecionado — e como mostrou na participação recente na Eurocopa 2016 — fariam dele um jogador ainda mais brilhante e influente. A primeira participação do país em Eurocopas poderia levar Bale a colocar seu nome de maneira ainda mais preponderante na história do país e do mundo.
Certamente estar naquele plantel escolhido por Pearce poderia amadurecer o galês caso ele atuasse e tivesse chance de aprimorar o futebol e o talento natural oriundos dele. Porém, Bale teria seus passos no Real observados pela exigente torcida do clube da mesma forma. Entretanto, podemos constatar que ele poderia estar mais preparado para assumir a liderança da equipe com uma maior bagagem internacional do que “apenas” a participação dele no disputado Campeonato Inglês.
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